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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
24/07/2007 - 20h49min

Refuge Cove reassume liderança

Também chamado Criterium dos 2 anos, este ano o GP Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida–ABCPCC, em 1.600 metros, grama, foi disputado por produtos de 3, correção que deve  ser feita ano que vem. Embora do Grupo I, não contou com o interesse de nenhum proprietário paulista.

De ponta a ponta, REFUGE COVE venceu por quase dois corpos, voltando à liderança da geração, no Rio (pelo menos, até a milha). Deixou em segundo, terceiro e quarto filhos de Vettori, DO CANADÁ, PORTUGA e PARC DES PRINCES, com POLONÊS VOADOR (Fahim) a seguir, não muito longe. Se o ganhador participar do GP Ipiranga, atuará com grandes possibilidades de repetir o êxito conquistado em 2006 por seu companheiro Tudo Azul.

O filho da argentina Australian Girl (Lode), criação do Haras Anderson e propriedade do Stud Eternamente Rio, ao qual também pertence o segundo colocado, que tirara a invencibilidade de Refuge Cove, foi dirigido por Bruno Reis e apresentado por Marcos Ferreira. Tempo bom para a turma, 1Â’34”11, na grama macia. Foi a quarta vitória, segunda de grupo, em cinco atuações.

American Gipsy, pai do ganhador e um dos melhores milheiros aparecidos no Brasil nas últimas décadas, está sendo (merecidamente) bem aproveitado na reprodução. Entre seus filhos estão Osceola, Quick Gipsy, Ojos Claros, Regenerada, Mystic American, Old Gipsy, Monkey American etc. É mais um garanhão pertencente ao lineamento de Phalaris, ascendente de Pharos–Nearco–Nasrullah–Bold Ruler–Boldnesian–Bold Reasoning–Seattle Slew–Séptiéme Ciel–American Gipsy. 

Core Business renasce das cinzas

Domingo, no Jockey Club de São Paulo, aconteceu o GP Ministro da Agricultura (GIII), para produtos de 4 anos e mais idade, teste paulista para o GP Brasil (programado este ano para a terceira semana de agosto).

A firme e surpreendente vitória, obtida por um corpo, pertenceu ao ganhador do Derby Paulista de 2005, CORE BUSINESS (Nedawi e Savagette, por Ghadeer) que, depois da descolocação no Pellegrini daquele ano, parecia não conseguir se recuperar. OBLÍQUO (Know Heights), TANGO DI GARDEL (Blush Rambler) e COLD CAIÇADO (Pleasant Variety) terminaram a seguir, em ótimas atuações. Completou o marcador OCHO EL NEGRO (Ski Champ). Naperon e Esporte dos Reis correram pouco. O vencedor, o terceiro e o quinto têm 5 anos, Oblíquo e Cold Caiçado, 4. 

Core Business, criação do Haras Santa Verônica e propriedade do Stud Piccollino, foi dirigido por Ivaldo Santana e é treinado por Eduardo Roldão. Os 2.400 metros, na grama pesada, foram percorridos em 2Â’29”328, apenas razoável. Foi a quarta vitória de Core Business, segunda de grupo. Muito boa a linha materna do ganhador. A sexta mãe é Garbosa Bruleur, uma das maiores éguas da História do turfe brasileiro.

Re Thong  conquista firme triunfo

Ainda no Hipódromo Paulistano, mas no sábado, foi realizado o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), na grama, para éguas de 4 anos e mais idade. Embora em 1.800 metros, pode ser considerado teste para as éguas treinadas em São Paulo, cujos proprietários visem à maior carreira carioca reservada às fêmeas de várias idades e que será corrida no próximo dia 18 de agosto.

Estreando em São Paulo, RE THONG (Dancer Man e Lady Thong, por Nindiano), de 4 anos, foi para a ponta na largada e não mais a perdeu, obtendo a quinta vitória, terceira do calendário clássico, em nove apresentações. No meio da reta, NAYARA GOLD (Know Heights), um ano mais velha, atropelou forte mas não conseguiu alcançar a carioca. Completaram o marcador três éguas sem colocação em prova de grupo: ARMY SWEET (Rêve Doré), TORDESILHAS (Nugget Point) e SILLY GIRL (Wondertross). Ainda que tenham terminado a mais de quatro corpos da segunda, o fato desmerece, tecnicamente, o resultado do páreo. Army Sweet e Silly Girl têm a mesma idade da ganhadora, e Tordesilhas, a da segunda colocada. Heckie e Miss Eminent decepcionaram.  
 
Re Thong, criação do Haras Pemale do Sul e propriedade do Stud Capitão, foi dirigida por Bruno Reis e é treinada por Cláudio Peixoto de Almeida. Tempo, na pista pesada, 1Â’48”243, regular. A quarta mãe da primeira é Thong, das maiores reprodutoras do turfe mundial, mãe de Nureyev e avó de Sadler´s Wells e Fairy King!

Na milha, a revelação de Jet 

Ainda no sábado, o Hipódromo Paulistano foi palco da realização do GP Presidente da Associação Brasileira dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GIII), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, grama.

Aos 4 anos, na 11ª apresentação, JET (Yagli e Inflacionária, por Clackson) conquistou a quarta vitória, primeira clássica, parecendo–me  mostrar que esta é sua distância. Venceu por dois corpos, em estilo convincente, e passa a ser um dos mais fortes candidatos à Milha Internacional carioca, que será corrida no próximo mês. Outros dois 4 anos chegaram a seguir: DON LOPES (Saramon), no terceiro placê consecutivo em prova de grupo e, a um corpo, OLYMPIC CITY (Yagli), que liderou até a entrada da reta, quando foi levada para a grade de fora. O ótimo 3 anos BAIN DOUCHE (Know Heights), enfrentando rivais mais experientes, mesmo levando vantagem no peso foi apenas quarto, superando por diferença mínima OLHO DE TIGRE (Exile King). Este, da mesma idade dos três primeiros, não confirmou a vitória na Milha Internacional paulista.

Jet, criação do Haras Big One e propriedade do Haras Maringá dos Pinhais, foi dirigido por Ângelo Márcio Souza e é treinado por Edinaldo Pereira da Costa. O tempo foi regular: 1Â’35”722, na pista pesada.

Carburado, em final eletrizante

Domingo, também no Hipódromo Paulistano, foi corrido o Clássico José Antônio Pamplona de Andrade (L),  para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.000 metros, grama, teste para o GP Major Suckow, a ser corrido a 18 de agosto, no Rio.

Inexplicável e infelizmente, reuniu apenas sete corredores sem vitória em prova de grupo ou Listed Race. Tecnicamente fraco, foi, entretanto, um páreo carregado de emoção. Perto do disco, os cinco primeiros davam a impressão de poder vencer, e ao ser cruzado apenas um corpo separava o primeiro do quinto. O 4 anos CARBURADO (Next Champion e Calnice, por Nice NÂ’Easy) venceu por pescoço, resistindo à forte atropelada de PAVLOVAÂ’S DANCE (Music Prospector), um ano mais velha, que após a chegada dominaria a carreira. Agarrados, QUALIFIED COLONY (New Colony), SARA EST (Choctaw Ridge), ambos de 4 anos, e SELECT REASON (A Good Reason), de 3, completaram o marcador. O jóquei de Select Reason reclamou do de Qualified Colony, mas o páreo foi confirmado.

O ganhador, criação do Haras Santa Rosa do Sul e propriedade do Haras Igrejinha, foi pilotado por Vagner Leal, é treinado por Valter dos Santos Lopes e assinalou 55”966, na grama pesada, um bom tempo. Foi a oitava vitória de Carburado, mas em uma, notadamente a mais expressiva, na principal carreira para velocistas do Rio Grande do Sul, foi desclassificado por medicação proibida.

Best Cindy: batismo clássico

Voltando ao Hipódromo da Gávea, no sábado foi realizado o Clássico Imprensa (L) – Taça José Carlos Araújo, em 1.600 metros, para potrancas de 3 anos. Na areia, campo até certo ponto cheio.

Na quarta apresentação, BEST CINDY (Patio de Naranjos e Itaquerê Cindy, por Ghadeer) conquistou a segunda vitória, primeira clássica. Na dupla, a pescoço, RUBIA DEL RIO (Put It Back), ainda perdedora. Nada a dizer de BIA GHENOU (If You Ask), NETA DE ROI (Crimson Tide) e PERESTROIKA (Vettori), que completaram o marcador, longe.

Best Cindy, criação e propriedade do Stud Capitão, foi apresentada por Valtemir Severo Pedersen, dirigida por Dalto Duarte e assinalou 1Â’39”36, na pista macia, tempo bom, para a turma.

Avaliação das provas clássicas

O GP Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida, grama, 1.600 metros, este ano foi destinado a produtos de 3 anos, ao contrário dos anteriores, quando foi para 2 anos. Teve um ótimo campo, mas considerando ser prova de Grupo I, causou frustração aos turfistas não ter recebido inscrição dos melhores paulistas, como Nítido e Bain Douche.

Foi muito bom o campo do GP Presidente da Associação dos Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida (GIII), pela inscrições de Olhos de Tigre, Don Lopes, Farenheit. Merecia ser do Grupo II.

O GP Ministro da Agricultura (GIII) reuniu nove concorrentes, todos com vitória ou colocação clássica, inclusive o ganhador do Derby Paulista, Core Business. Um bom campo que, ainda assim, deixou um pouco a desejar, pois os três melhores corredores paulistas da atualidade, em decisão sensata, não foram inscritos.

Bom numericamente, e regular tecnicamente, o GP Luiz Fernando Cirne Lima (GIII), correspondeu à sua classificação. Entre as 16 inscritas, quatro tinham vitória em prova de grupo ou Listed Race; seis, não.

O Clássico José Antônio Pamplona de Andrade, teste para o Quilômetro Internacional carioca, deveria ter campo muito melhor e pertencer ao Grupo II. Considerando–se os inscritos, apenas uma prova especial. 

O Clássico Imprensa (L), para potrancas de 3 anos, na areia e na milha, reuniu oito concorrentes que, por enquanto, têm de ser classificadas apenas como promissoras. Só o tempo poderá dizer se correspondeu à sua classificação.

Próximas atrações

Rio  de Janeiro

Domingo, destaca–se o GP João Adhemar e Nelson de Almeida Prado (GIII), que vai reunir potrancas de 3 anos, na grama, e na milha.

O Clássico Inverno (L)–Taça Carlos e Manoel Mendes Campos,  no dia anterior, em 1.900 metros e na areia, é destinado a produtos de 4 anos e mais idade.

São Paulo

O Clássico Farwell (L) reúne produtos de 3 anos. Sendo na milha e na grama, é importante por ser a última prova clássica antes do GP Ipiranga (GI). Merecia ser, pelo menos, do Grupo III.



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