Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 17/07/2007 - 20h41min
Ivoire fracassa.
Vence Dear–Est
Sábado, no Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi disputado o GP OSAF (GII), páreo
dos mais importantes do turfe carioca, por ser teste para o GP Brasil. Evidentemente, para produtos de 4 anos e
mais idade, em 2.400 metros, grama.
O resultado foi uma frustração para os turfistas.
Apesar de enfrentar rivais bem mais fracos do que os das duas últimas etapas da Tríplice Coroa carioca, nas quais
foi vencedor, o favorito Ivoire nunca esteve no páreo. Sem dúvida, algo de anormal ocorreu (o Serviço de
Veterinária comunicou claudicação grau II do anterior esquerdo). O vencedor foi DEAR–EST (Fantastic Dancer e Daisy
Vase, por Fast Gold), cuja melhor atuação, até aqui, tinha sido um quinto lugar, algo afastado, em clássico
vencido pelo citado Ivoire. Na 12ª apresentação, conquistou a quarta e mais importante vitória. Na dupla, em
excelente exibição, pois vinha de uma parada de 10 meses, terminou HIS FRIEND (Fast Gold). Corrido no bloco
intermediário, atropelou forte no final, ficando a pescoço do ganhador. A única égua do páreo, QUANTA CLASSE
(Clackson) chegou a quatro corpos, em terceiro, pouco à frente de PANTALEON (New Colony), com MIND A LOT (Baligh)
completando o marcador. O vencedor e a terceira colocada têm 4 anos, e os outros três são um ano mais velhos.
Eco Challenger correu pouco e o vencedor do GP Paraná (GI), Fogonaroupa, que liderou, chegou em último. Com o
fracasso de Ivoire, Quatro Mares surge, antecipadamente, como favorito absoluto da carreira máxima do turfe
carioca.
O ganhador, criação do Haras San Francesco e propriedade do Stud Bucarest, foi dirigido por
Rodrigo Salgado, é treinado por Christiano Oliveira e assinalou 2Â’30”11, na pista pesada, com cerca móvel.
O pedigree de Dear–Est é muito bom, o que faz os turfistas torcerem para que ele seja um caso de
evolução tardia. Seu pai, Fantastic Dancer (Henri Le Balafré), por sinal, só abriu carreira perto dos 4 anos. A
segunda mãe de Dear–Est é ganhadora de Grupo II, Dorchester Queen, cuja irmã inteira, Glorious Force, venceu os
importantíssimos GPs Diana e José Guathemozin Nogueira, ambos do Grupo I.
Karlo Guitar e Senhor
Extra: final de emoção
Domingo, também no Hipódromo da Gávea, foi realizado o importante GP
ONZE DE JULHO (GII), para produtos de 3 anos e mais idade, em 1.000 metros, grama, principal prova para velocistas
corrida no Rio, depois do Quilômetro Internacional, GP Major Suckow.
Desta vez, no confronto de machos e
fêmeas, finalmente estas foram derrotadas. Um cavalo de 7 anos e um potro de 3, KARLO GUITAR (Mountain–Lark e La
Guita, por New Ghadeer) e SENHOR EXTRA (Spring Halo), respectivamente foram primeiro e segundo, separados por
paleta. Atropelaram, praticamente juntos, para ultrapassar, a duzentos metros do disco, as representantes
femininas QUERÊNCIA AMADA (American Gipsy), de 4 anos, MOON STAR (Notation), um ano mais velha, e RED TAIL
(Dodge), de apenas 3, que completaram o marcador, um pouco afastadas. Super Duda, a favorita, chegou em sexto.
Karlo Guitar, criação do Haras Nahuel e propriedade do Stud Estrela Energia, é treinado por Cosme
Morgado Neto e foi dirigido por Marcos Mazini. Tempo, 57”47, na grama pesada, com cerca móvel. Karlo Guitar,
no Brasil, correu 22 vezes para conquistar seis vitórias, sendo esta a segunda clássica. Também correu, sem
vencer, três vezes na França, uma vez na Noruega e quatro nos Emirados Árabes, neste último obtendo colocações
clássicas.
Scalinatella dá novo show
Em Cidade Jardim, São Paulo, domingo,
foi corrido o GP Immensity (GII), para éguas 3 anos e mais idade, em 1.600 metros, areia.
Voltou a
ganhar disparada SCALINATELLA (Public Purse e Cybill, por Music Prospector) que, da maneira como tem vencido,
mesmo que enfrente as melhores do Brasil dificilmente será derrotada (pelo menos na areia). Suas rivais correram
pela dupla. BONITAÇA (Wild Event), pescoço à frente de GLUCOSE (Exile King), ficou com o segundo lugar. SEDUCE
MINISTER (Mane Minister) e SARISSA (Music Prospector) completaram o marcador. Seduce Minister tem 5 anos, e as
outras quatro, um ano a menos.
Scalinatella, criação do Haras Kigrandi e propriedade do Stud
Tevere, conquistou a sexta vitória, três clássicas, em nove atuações. Seu piloto foi João Moreira e o treinador é
José Severino da Silva. Tempo, na areia molhada, 1Â’36”725, apenas razoável.
A linha materna da
ganhadora está entre as melhores da história da criação brasileira, e tem por base a excelente corredora e melhor
reprodutora Emoción, única filha da espetacular Empeñosa, esta mãe dos craques Emerson, invicto vencedor de três
Derbies, e Empyreu, ganhador clássico, segundo no GP São Paulo e terceiro no Derby Sul–Americano. A terceira mãe
de Scalinatella é Key of Hill (Tumble Lark na fantástica Emerald Hill), a mesma da tríplice coroada Colina
Verde.
Cruzada Americana perde liderança para Light Green
Também domingo, em
Cidade Jardim, aconteceu o Clássico Emerald Hill (L), para potrancas de 3 anos, em 1.600 metros,
grama.
A carreira foi vencida com enorme facilidade por LIGHT GREEN (Blush Rambler e Star
Procida, por Procida), na terceira apresentação. A favorita CRUZADA AMERICANA (Nedawi), em atuação pouco
expressiva, teve dificuldade para garantir o segundo lugar, muito acossada por JILENA, irmã paterna da ganhadora.
ZAMBRA (Know Heights) e MARY RÊ (Ghadeer) completaram o marcador. Houve reclamação do jóquei de Zambra contra o de
Cruzada Americana, mas o páreo foi confirmado. Light Green, com esta vitória, a segunda, primeira clássica,
assumiu a liderança da turma, certamente passando a ser objeto do interesse de compradores internacionais e
ficando como provável favorita da primeira prova da Tríplice Coroa paulista. Cruzada Americana, ao contrário,
perdeu a liderança, a invencibilidade e se desvalorizou.
Light Green, criação da Agro Pastoril Haras São
Luiz Ltda. e propriedade do Haras Santa Camila, foi pilotada por Altair Domingos e é treinada por Pedro Nickel.
Tempo regular: 1Â’35”907, na pista leve, com cerca móvel.
Avaliação das provas
clássicas
Grandes atrações, por serem testes para os GPs Brasil e Major Suckow, foram
realizados no Rio de Janeiro, sábado e domingo, os GPs OSAF, antigo Dezesseis de Julho, e Onze de Julho, antigo
Cordeiro da Graça. No primeiro, os melhores produtos cariocas em 2.400 metros, com exceção de Quatro Mares e
Paraguaio, e no outro, velocistas clássicos e potros em evolução. Pelo exposto, justificaram plenamente sua
grupagem.
Em São Paulo, o melhor páreo, GP Immensity (GII), areia, 1.600 metros, para éguas de 3
anos e mais idade, não faria jus à classificação se Scalinatella não constasse do campo.
O Clássico
Emerald Hill (L), para potrancas de 3 anos, teve valor de prova de grupo pela inscrição arriscada de Cruzada
Americana, ganhadora de um Grupo I e um Grupo II. Por quê? Arriscada, tendo em vista que, líder de geração,
invicta e ganhadora de Grupo I e Grupo II, corre o risco de rasgar seu cartaz, claro, se perder uma simples Listed
Race, o que de fato aconteceu.
Próximas atrações
Rio de
Janeiro
Domingo, destaque para o GP Associação Brasileira de Criadores e Proprietários do Cavalo de
Corrida (GI), destinado a produtos de 3 anos, importante, mas incorretamente corrido no segundo semestre, pois foi
criado para apontar o melhor 2 anos carioca. Deveria ter sido programado para três ou quatro semanas antes das
Taças de Prata. Fica a sugestão para a temporada de 2008. Sábado, potrancas de 3 anos têm para correr a milha,
areia, do Clássico Imprensa (L) – José Carlos Araújo.
São Paulo
Semana turfística
muito atraente, com a realização, na grama, de quatro carreiras que servem de testes para a grande festa do turfe
carioca, que este ano será efetuada na terceira semana de agosto.
O GP Ministro da Agricultura, em
2.400 metros, para produtos de 4 anos e mais, o GP Presidente da Associação dos Criadores e Proprietários do
Cavalo de Corrida, na milha, para produtos de 3 anos e mais idade, e o GP Luiz Fernando Cirne Lima, só para éguas
(de 4 anos e mais idade), em 1.800 metros. Apesar de importantes, por reunirem, geralmente, os melhores paulistas
em treinamento, são apenas do Grupo III.
Haverá também clássico para velocistas, o José Antônio
Pamplona de Andrade, em 1.000 metros. Por sua função específica (teste paulista para o Quilômetro Internacional
carioca), tem de ser considerado importante e merecia ser mais que simples Listed Race.
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