Colunista:
Provas de Grupo, por Ivamar 05/07/2007 - 09h23min
Nice Bet quebra invencibilidade
de By Spot
Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi disputado por produtos de 2
anos e mais idade a última prova da programação clássica brasileira 2006/2007, o GP Duplex (GII), em 1.600 metros,
na areia. Ano passado aconteceu fato raro: venceu um potro 2 anos. Este, porém, era nada mais nada menos do que o
craque Eu Também. É assim: sendo excepcional, ganha, do contrário...
No clássico de sábado, conforme
geralmente ocorre (principalmente em distâncias da milha para cima), a vantagem no peso recebida pelos potros da
nova geração não foi suficiente para compensar a inexperiência, embora tenha sido boa a atuação do até então
invicto BY SPOT (Capitão Bank), que terminou na dupla. A vitória, obtida por mais de três corpos, ficou com o 4
anos NICE BET (Dubai Dust e Wild Zuca, por Ferdinand), arenático de alta qualidade, que deve ser colocado
entre os melhores milheiros da temporada. Em terceiro, apenas meio corpo atrás de By Spot, terminou o 3 anos
COMANDANTE XARÁ (Bonapartiste). Outro 3 anos, BASTÃO DE OURO (Blade Prospector), e o 2 anos PTCRUIZER
(P.T.Indy) completaram o marcador, afastados.
Nice Bet, criação e propriedade do Stud TNT, teve a
condução do campeão das estatísticas no Rio de Janeiro, Tiago Josué Pereira, e é treinado por Eduardo Garcia.
Tempo: 1Â’38”236, na pista molhada. Sua campanha é muito boa: em 11 apresentações, seis vitórias, três clássicas,
duas do Grupo II. Sua linha materna é repleta de nomes importantes, como Caerleon, Easy Goer, Roar, King of The
Castle, Merce Cunninghan, Eastern Echo, Public Purse, Murtinho, LundyÂ’s Liability, Mozart, Ônibus Espacial
etc.
Plutão leva a melhor no duelo com Reclamante
Domingo, na
areia do Hipódromo da Gávea, Rio de Janeiro, foi realizado o Clássico Luiz Gurgel do Amaral Valente (L), em 1.600
metros, para potros de 2 anos, iniciando a temporada clássica 2007/2008.
Venceu, por
pescoço, PLUTÃO (Dubai Dust e Plasint, por Proud Arion), que travou sensacional mano a mano com RECLAMANTE (Fahim)
praticamente em todo o percurso. Deixaram a impressão de ser promissores. Muito afastados, SITE OFICIAL
(Vettori), MENOTTI (Torrential) e FAVORITE GUEST (Roi Normand) completaram o marcador.
O
ganhador, criação e propriedade do Stud TNT, foi conduzido por Tiago Josué Pereira, é treinado por Eduardo Garcia
e assinalou 1Â’37”60, na pista pesada, tempo excelente para a turma. Foi a segunda vitória de Plutão, primeira
clássica, em três apresentações.
Public Purse
A excelente Celtic
Princess, invicta ganhadora do GP Margarida Polak Lara (GI) – Taça de Prata de potrancas, é filha de Public Purse
e não Crimson Tide (ambos nascidos em 1994), conforme mencionei semana passada. Confusão feita, provavelmente, por
estar pensando em outra sensacional, Zardana, esta sim, filha de Crimson Tide e já no exterior.
O erro
que, lógico, não deveria ter acontecido (e que foi visto e corrigido a tempo por um amigo que me honra com sua
leitura), de qualquer forma serviu para chamar mais a atenção para o excelente novo reprodutor, importante opção
de cruzamentos para criadores que queiram evitar consangüinidade próxima (os onipresentes Northern Dancer e Native
Dancer aparecem na quarta geração). De sua primeira fornada brasileira, houve destaque de Scalinatella, uma
das melhores éguas da geração liderada por Colina Verde.
O lineamento paterno de Public Purse estava
quase desaparecido no Brasil (sustentado apenas, nos dias de hoje, por American Gipsy), ele que foi grande sucesso
nos anos 40 com Formasterus, reprodutor do Haras São José e Expedictus. Remonta a Teddy, pelo ramo de Damascus,
assim: Public Purse–Private Account–Damascus–Sword Dancer–Sunglow–Sun Again–Sun Teddy–Teddy.
Meus preferidos na temporada 2006/2007
Este trabalho foi realizado de
memória, sendo importante observar, no entanto, que não ficando na minha lembrança, não me impressionou.
Exemplificando: em muitos anos não sairá de minha mente as três vitórias de Colina Verde, na conquista da
Tríplice Coroa paulista de 2006. Estão, para mim, definitivamente incorporadas à história do turfe
brasileiro. Não canso de ver os replays, carregados de emoção da voz de um narrador único, atualmente. A pequenina
grande corredora foi, na minha opinião, o destaque da temporada, independente de idade e sexo. Vamos, agora, à
minha escolha dos melhores puros–sangues, as verdadeiras grandes estrelas do esporte. Os demais são
coadjuvantes.
Melhor potro de 2 anos: duas atuações convertidas em impressionantes vitórias fizeram de
Nítido o meu preferido. Potranca de 2 anos: Celtic Princess, Cruzada Americana e Zardana. Dificílima decisão
entre as três invictas. Potro de 3 anos: Eu Também, Tudo Azul, Ivoire, Quatro Mares, Quick Road e LÂ’Amico
Steve. Consideradas somente as atuações no Brasil, fico com Tudo Azul, por sua vitória no GP Ipiranga. Analisando,
porém, atuações no exterior, aí a vitória de Eu Também, no Derby argentino, não tem comparação. Potranca de 3
anos: Colina Verde. Cavalo de 4 anos e mais: embora menos impressionante do que o do GP São Paulo, o êxito de
Dono da Raia no GP Brasil o deixa praticamente absoluto. Seus rivais mais próximos, Top Hat, Naperon e His Friend
tiveram campanhas muito irregulares. Égua de 4 anos e mais: nenhum destaque. Ganhadoras de Grupo I, Dadeland e
Crystal Day não convenceram plenamente. Prefiro Etoile Blanc (que correu duas vezes apenas, vencendo uma prova de
grupo e chegando em terceiro na outra, sem atuar em carreiras do Grupo I) e Nayara Gold (que venceu duas provas de
grupo). Jénufa, Anna Cisei, Hurry Up, Experimenta e Estrela Brynhilde também podem ser citadas. Milheiro: os
surpreendentes vencedores das Milhas Internacionais, Quick Gipsy e Olho de Tigre, não entusiasmaram. Tudo Azul,
sim, mas somente entre os 3 anos, pois foi para o exterior. Nelore Porã e Nice Bet triunfaram em duas provas de
grupo. Fico com Nelore Porã que, mostrando versatilidade, venceu um Grupo III, na grama, e um II, na areia,
neste derrotando Eu Também, além de ter vencido em Dubai. Velocista: infelizmente, Fast Look não ficou no
Brasil para confirmar seu autoritário triunfo no Quilômetro Internacional paulista. O estilo daquela vitória não
deixou dúvidas. Omaggio foi retirado de treinamento antes do GP Major Suckow. Kik–Malo, entre os ganhadores de
grupo, também teve bom desempenho. Fundista: Dono da Raia. Se competisse em páreos acima dos 2.400 metros,
teria derrotado, sem nenhuma dúvida, os fracos vencedores dessas carreiras Reprodutor: brilharam na esfera
clássica filhos de, entre outros, Jules, Nedawi, Wild Event, Roi Normand, Vettori, Exile King, Public Purse e Know
Heights. Com vários ganhadores de prova de grupo na temporada, minha preferência é Know Heights.
Avaliação das provas clássicas
O GP Duplex (GII), areia, 1.600 metros,
para produtos de 2 anos e mais idade, teve campo interessante com dois ganhadores de Grupo II e três de Listed
Race.
O Clássico Luiz Gurgel do Amaral Valente (L), para potros de 3 anos, na areia e na milha, reuniu
oito potros da nova geração que, por enquanto, têm de ser classificados apenas como promissores.
Próximas atrações
Rio de
Janeiro
Sábado, destaca–se o GP Gervásio Seabra (GII), para produtos de 3 anos e mais idade, na
grama, importante por ser o clássico–teste para a Milha Internacional carioca
Domingo, a maior atração é
o GP Adayr Eiras de Araújo (GII), em 2.000 metros, grama, reunindo as melhores éguas do Rio, também
importante por ser o clássico–teste para a grande carreira de fêmeas de 4 anos e mais idade, o GP Roberto e
Nelson Grimaldi Seabra, na semana do GP Brasil.
São Paulo
As próximas
atrações são: o Clássico 9 de Julho (L), 2.000 metros, areia, para produtos de 4 anos e mais idade, e a Prova
Especial Comunidade Árabe, em 1.200 metros, areia, para éguas de 3 anos e mais idade.
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