Ricardo, o show de sempre

Jorge Ricardo, um orgulho do esporte brasileiro, não tem o destaque que merece da mídia. Para que se tenha uma idéia do que fez pelo nosso turfe, Ricardinho, como o chamam carinhosamente, é recordista sul–americano de vitórias numa temporada, atualmente o maior ganhador do planeta, mais de 20 anos seguidos campeão da estatística no Hipódromo da Gávea, atual líder da estatística na Argentina e ganhador de carreiras da mais alta expressão na América do Sul. Um fenômeno!

E o fenômeno esteve presente à reunião de domingo passado, 24, no Hipódromo da Gávea. Sua presença, aliada a uma boa programação, foi o suficiente para tirar alguns apostadores de agências, levando–os ao outrora lindo Hipódromo Brasileiro. E Ricardo deu mais um show, montando Super Jules, Quatro Mares e Quártica, o primeiro no sexto páreo, denominado Prêmio Ministro do Esporte  Orlando Silva Júnior, Quatro Mares no Grande Prêmio ABCPCC Matias Machline, Grupo I, e a potranca no páreo final, o Prêmio Farwell, uma homenagem a um dos maiores puros–sangues de todos os tempos.

Em setembro, o campeoníssimo fará 46 anos. Não importa. Continua com a mesma energia dos primeiros dias na profissão que dignifica.
    
Parabéns, Ricardo. Você merece o que conquistou. Serve de exemplo aos que estão começando. Esperamos, eu e os que gostam de turfe, a sua presença na semana do GP Brasil. Uma pena que a mídia esqueça, e muito, o que realizou e tem realizado, desde que começou a montar, nos anos 70.

Um exemplo de dignidade

Hoje é terça–feira, 26 de junho. Mais quatro dias, precisamente no sábado, dia 30, estará completando mais um ano de vida o editor do Turfe em Revista e colaborador do Raia Leve, Francisco Portinho. Sócio do Jockey Club Brasileiro, foi editor da infelizmente extinta revista JCB. No clube foi comissário de corridas, e na Associação de Criadores e Proprietários do Cavalo de Corrida do Rio de Janeiro, um de seus diretores, cargos dos quais se afastou.

No próximo sábado, estará recebendo o abraço e o carinho dos inúmeros amigos que fez ao longo de sua vida. Querido e respeitado, certamente os merece em dia tão significativo. Educado,  prestativo, trabalhador como poucos, divide seu tempo entre a família, o turfe e a arquitetura. É um exemplo de dignidade.

Conheci Francisco Portinho em 2003, aproximadamente. E o considero um AMIGO (isso mesmo, com letras maiúsculas). Filho do saudoso e injustiçado Carlos Velasco Portinho, que deu tudo de si pelo JCB, herdou a personalidade e a compreensão do pai.

A Francisco Portinho, meus votos de saúde e sucesso.

Duelo sensacional

O Jockey Club Brasileiro não realizará corridas na próxima sexta–feira. Somente sábado, domingo e segunda–feira, em simulcasting com Cidade Jardim. Na estatística de jóqueis, o campeão já é conhecido: Tiago Josué Pereira. Entre os treinadores, não: Dulcino Guignoni e Venâncio Nahid estão empatados, com 104 êxitos. A temporada 2006/2007 termina sábado. Assim, uma corrida, apenas, para que se conheça o campeão. Sem duvida, um duelo sensacional. Ainda sobre as próximas reuniões, na Gávea serão disputados 12 páreos no sábado, igual número no domingo e 10 no dia seguinte, 2 de julho. Em Cidade Jardim, programados 12 páreos para sábado, 30, 10 para domingo e nove para segunda–feira, respectivamente 1 e 2 de julho. Domingo, começa a temporada hípica 2007/2008, com todos os corredores completando mais um ano.

Números

Dalto Duarte deu show nas últimas quatro corridas na Gávea, obtendo oito triunfos. E Tiago Josué Pereira, sobre o qual escrevi acima, estará sábado no Hipódromo de Cidade Jardim, em São Paulo,  pilotando Nice Bet no Grande Prêmio Duplex, em  1.600 metros, areia, do qual participará, entre nove, o invicto By Spot, do Stud Capitão, de Luiz Edmundo e Christina Garlipp. O filho de Capitão Bank deverá correr pela última vez em nosso país, pois é desejo de seus proprietários enviá–lo aos Estados Unidos, onde será preparado por Paulo Henrique Lobo para defender o referido stud. Registre–se que By Spot deveria carregar apenas 49 quilos, mas carregará mais três e será conduzido por João Moreira, um dos melhores jóqueis em atividade em nosso turfe.

Apostas

Vou deixar de lado comentários sobre alinhamento, prejuízos na largada e no percurso, falta de informações, quedas, disparadas, fracassos de favoritos etc, que semanalmente ocorrem nos principais centros turfísticos do Brasil. E o que dizer de imagens trêmulas, em Cidade Jardim, em São Paulo, e no Tarumã, em Curitiba, alinhamento a perder de vista nas corridas no hipódromo paranaense. Sobre as imagens trêmulas, uma pergunta: "estavam com frio"?

Prefiro escrever sobre os movimentos de apostas registrados nas quatro últimas programações na Gávea. Disputados 48 páreos (12 em cada reunião), excelente o movimento de domingo, de R$ 1.125 mil, números dificilmente observados, mas não custa lembrar ao leitor que foram  realizados 22 páreos (incluindo Gávea e Cidade Jardim): sem o simulcasting, aproximou–se de R$ 955 mil).

Nos programas de sábado e segunda, respectivamente R$ 1.047 mil e R$ 1.056 mil, com a ajuda do simulcasting. Ainda assim, números expressivos, sem dúvida. A lamentar, apenas, o fraco movimento de sexta (R$ 875 mil, em simulcasting com a corrida do Tarumã).
 
A reunião do dia 22 passado, sexta–feira, ficará marcada negativamente, não pelas apostas em si, mas pelo fracasso dos favoritos: numa programação com 12 páreos, TODOS os favoritos foram derrotados! Será que isso já ocorreu em nosso hipódromo? Com a palavra, os experts em estatísticas.

Finais...

• Lauro Pacheco Filho, titular do Stud Pacheco, somava alegria à emoção após o prevalecimento de Quinto Anista e Quedê–Le, dupla de sua propriedade, no oitavo páreo de sexta–feira, dia 22 de junho. Para um proprietário apaixonado pelo puro–sangue de corridas, um merecido prêmio.

• A CC do JCB suspendeu por indisciplina o treinador Dendico Garcia Júnior, de 26 deste mês a 23 de setembro. Por prejuízos causados a adversários, na largada e no percurso, foram punidos: A.Mota (Punto Caramelo e Polonês Voador), M.Cardoso (Original Cut  e Uniboy di Job) e C.Lavor (Kingsrush), três reuniões, cada.

• Ilson Correa, que fraturou um dos punhos em acidente automobilístico, deverá ficar de 30 a 40 dias em inatividade.

• Poucos páreos normais formados em junho para produtos de 6 anos e mais: apenas sete.

• As pistas de areia e grama da Gávea estão em boas condições, pelo menos para tempo. Muitos foram os vencedores que assinalaram excelentes marcas, especialmente Celtic Princess, Super Duda e Quatro Mares.

• O inesquecível Juvenal Machado da Silva está no Rio, aproveitando para visitar amigos, incluindo os que deixou na Secretaria da Comissão de Corridas. Brevemente, retornará à sua fazenda em Delmiro Gouveia, Alagoas.

• No terceiro páreo de sábado na Gávea, um erro grosseiro: Homerito constou, quando da confirmação do resultado, como quarto colocado, ficando Grená, que chegara à sua frente, com sobras, para quinto. Somente após o pagamento das quadrifetas, é que a Comissão de Corridas foi alertada para o lamentável engano, passando Grená para quarto e Homerito para quinto. Pergunto: como ficaram os que, até a descoberta do erro, apostaram na quadrifeta com Grená. Não há dúvida, o turfe brasileiro vai mal.

• Corre muito o 3 anos Diller, por Teeran. Na última sexta–feira, 22,  quando da programação no Hipódromo do Tarumã, o potro chegou ao quarto triunfo, permanecendo invicto ao vencer o Grande Prêmio Manoel Mehl, em 1.600 metros, areia. E vence sempre com facilidade.

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