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Colunista:

Provas de Grupo, por Ivamar
11/04/2007 - 07h30min

Faz de Conta:
 mais uma boa corredora da geração

Domingo, em 2.400 metros, no Hipódromo da Gávea, foi disputado o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro (GI), terceira prova da Tríplice Coroa de potrancas, para as 3 anos. Na grama, não recebeu as inscrições de Que Fuerza e Immortelle, que ganharam os 1.600 e os 2.000 metros das  primeiras etapas.

E numa semana onde se homenageava a família (e, em conseqüência a criação) Peixoto de Castro, nada mais bem–vindo do que ganhar uma egressa da Fazenda Mondesir. E foi o que aconteceu. FAZ DE CONTA (Nedawi e Red Chris, por Ghadeer), que realizara promissora demonstração contra as mais velhas em dezembro, em São Paulo, no GP José Bonifácio Coutinho Nogueira (GII), valeu–se de uma providencial passagem junto à cerca, na entrada da reta, para destacar–se e ficar a salvo das atropeladas de INDIANETTE (Know Heights), QUANTA CLASSE (Clackson) e SHERIKAN (Blush Rambler), com  QUADRIGLIA (Jules) em quinto. Um bolo só: da primeira à quinta, menos de dois corpos.

Faz de Conta, propriedade do Haras Louveira e treinada por Eduardo Garcia, conquistou a segunda vitória, primeira clássica, em nove atuações. Seu piloto foi Acedenir Gulart, em substituição a Bruno Reis, acidentado quinta–feira, e o tempo assinalado, na grama leve, foi apenas regular: 2Â’27”35.

Sua quarta mãe, a inglesa Skyle (Aureole), já tem de ser considerada uma das reprodutoras mais importantes da criação brasileira em todos os tempos. Dela descendem inúmeros grandes corredores, entre os quais Zalb, Honey Chris, Vichysoisse, Prime Asset, Irish Lover, Gulf Star, Double Dream, É Um Sonho, Bike, Le Garçon dÂ’Or, Be Happy e Anseio, todos ganhadores de prova de grupo. Ainda sobre esta magnífica linha materna, observa–se que Riot (Colorado), quarta mãe de Skyle, é avó de Aristophanes (Hyperion), excelente reprodutor, pai de Atlas e Forli, dois dos maiores corredores sul–americanos de todos os tempos, o primeiro até hoje recordista dos 3.000 metros, na grama de San Isidro, e o segundo, quádruplo coroado invicto.

Desejado Máximo, outro triunfo clássico

Também domingo, no Hipódromo da Gávea, foi corrido o GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Jr. (GII), para produtos de 3 anos e mais idade, que só recebeu inscrições de 4 anos, em número de quatro.

DESEJADO MÁXIMO (Clackson e New–Life, por Ghadeer) seguiu QUEBRA PANELA (Cigano–Road), dominou–o nos 500 metros e partiu rumo ao vencedor, o qual atingiu com aproximadamente três corpos de vantagem. ECO CHALLENGER (Royal Academy) formou a dupla, deixando Quebra Panela a seguir. ALI  DEFÚS (Choctaw Ridge) foi o último em todo o desenrolar da carreira. 

O ganhador, criação do Haras Ponta Porã e propriedade do Stud Alvarenga, conquistou a segunda vitória clássica, tendo mais cinco comuns, em 15 apresentações. Foi conduzido por Acedenir Gulart, é treinado por Dulcino Guignoni e assinalou 2Â’00”46, tempo fraco para a turma.

Desejado Máximo pertence à mesma linha materna de Faz de Conta, sendo sua terceira mãe a já famosa Skyle, quarta mãe da ganhadora da terceira prova da Tríplice Coroa de potrancas.

Bain Douche confirma liderança

Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, aconteceu o GP Presidente José de Souza Queiroz (GII), para produtos de 2 anos, em 1.400 metros.

Mais um êxito autoritário de BAIN DOUCHE (Know Heights e Uaiasol, por Choctaw Ridge), firmando–se na liderança da turma paulista, na grama. PUBLIC RELATIONS (Public Purse) e MESTRE FEITICEIRO (Vettori), a mais de três corpos, terminaram lutando pela formação da  dupla, favorável ao primeiro. Completando o marcador, JEUNE–TURC (Know Heights) e PAPEL MOEDA (Boatman). 

Bain Douche, criação e propriedade do Haras Europa, conquistou a  segunda vitória, em três atuações. Seu piloto foi João Moreira e o treinador é Alexandre Garcia Saldanha Correa. Tempo regular, na pista macia, com cerca móvel, 1Â’26”539.

Ursa Ligeira: atuação promissora

Sábado, no Hipódromo de Cidade Jardim, São Paulo, foi realizado o GP Jacutinga (GIII), para potrancas de 2 anos, em 1.400 metros, areia encharcada.

Vitória fácil de URSA LIGEIRA (Dancer Man e Loteria, por Jet Seller), com CHENIN BLANC (Midnight Tiger) em segundo, a mais de  quatro corpos. A grande favorita, REGENERADA (American Gipsy) chegou em terceiro, um pouco afastada, comprovando que algo deve estar se passando com ela, pois não foi nem de longe a esplêndida potranca das três primeiras atuações. PRINCESS FAMOUS (Famous Magee) e PENELOPE INDY (P.T.Indy) completaram o marcador, afastadas. 

Ursa Ligeira, criação e propriedade do Haras dos Girassóis, foi pilotada por João Moreira e é treinada por Gladston Figueiredo Santos. Tempo, registrado manualmente: 1Â’24”300.
 
              Experimenta mostra grande forma

Voltando ao Hipódromo da Gávea, sábado foi corrido o GP Henrique de Toledo Lara (GIII), para éguas de 3 anos e mais idade, em 2.000 metros, grama, clássico–teste carioca para o OSAF paulista. 

Vitória de EXPERIMENTA (Nedawi), por desclassificação de PARIS NIGHT (Clackson). A diferença, no disco, da primeira para a segunda, mais de um corpo. As terceira, quarta e quinta colocadas, NORTHERN SNOW (Royal Academy), HURRY UP (Roi Normand) e CHEZ DAUPHINE chegaram próximas, separadas por pequenas diferenças. As 3 anos fracassaram, inclusive Candy Annie, que vinha de expressiva vitória, sendo as cinco primeiras um ano mais velhas.

Experimenta, criação da Fazenda Mondesir e propriedade do Stud Azul e Branco, foi pilotada por Marcello Cardoso, é treinada por Dulcino Guignoni e assinalou tempo regular: 2Â’00”19, na grama macia. Foi a quinta vitória, quarta consecutiva, segunda clássica, em 13 atuações. Um típico caso de evolução tardia. Hot Fudge (Tokatee), mãe da ganhadora, é filha de Viúva, que também produziu Frairie. Viúva e Frairie venceram provas de grupo.

Smashing: êxito autoritário

Voltando ao Hipódromo de Cidade Jardim, sábado foi realizada a Prova Especial Zenabre, para produtos de 3 anos e mais idade, em 3.000 metros, grama.  

 O êxito ficou com o 3 anos SMASHING (Trempolino e Shining Candy, por Candy Stripes), que por dois corpos desforrou–se de JOTABE CLARK (Jim Clark), 7 anos, que o derrotara na atuação anterior. Em terceiro, afastado, ELOGIO (Roi Normand), completando o marcador LIDO SQUARE (Pleasant Variety) e QUERIDO DO FAXINA (Vralmann), todos com 4 anos.

Smashing, criação e propriedade da Agro Pastoril Tibagi Ltda., foi pilotado por Waldomiro Blandi e é treinado por Afonso Flório Barbosa. Tempo fraco: 3Â’12”764, em pista molhada, com cerca móvel.

Mano a mano sensacional

Também no Hipódromo de Cidade Jardim, mas no domingo, foi corrida a Prova Especial Raul e Irene Crespi, para potrancas de 2 anos, em 1.500 metros.  

Vitória de TAN TAN (Villach King e TianÂ’anmen, por Jade Hill), que por cabeça derrotou PEPSY FLY (Choctaw Ridge), mantendo a invencibilidade em duas apresentações. Uma reta espetacular, com Tan Tan, que parecia batida, retornando ao primeiro lugar. PEROBA ROSA (Gregoriano) terminou em terceiro, afastada, enquanto NUBENTE (Choctaw Ridge) e AMY LARK (Boatman) conseguiam quarto e quinto clássicos, embora tenham chegado a mais de vinte corpos!

A ganhadora, criação do Haras Estrela Nova e propriedade do Stud Aranda, foi dirigida por Marcelo Gonçalves e é treinada por João Gabriel Costa. Apesar da cerca móvel e da pista pesada, o tempo deve ser considerado muito fraco: 1Â’37”370.

Avaliação das provas clássicas

Sem as melhores da geração, como Colina Verde, Immortelle e Double Trouble, o GP Zélia Gonzaga Peixoto de Castro não foi um autêntico Grupo I. No caso, a culpa é da atual situação dos cavalos brasileiros, onde os melhores não chegam nem a confirmar suas atuações, pois são logo exportados após a primeira vitória de grupo, que pode até ser casual.

O GP Antônio Joaquim Peixoto de Castro Jr. (GII) é uma das muitas provas de grupo, teste para o GP São Paulo. Assim, algumas acabam saindo vazias. Em outra data, talvez preenchesse sua função.

O GP Presidente José de Souza Queiroz pode ter apontado o primeiro verdadeiro líder da geração em São Paulo, Bain Douche. Como todos os clássicos para a nova geração, entretanto, fica difícil dizer se mereceu a classificação de Grupo II. Só os próximos confrontos poderão tirar a dúvida. 

Apesar da presença de Regenerada, o GP Jacutinga (GIII) teve a importância de simples Listed Race.   

O GP Henrique de Toledo Lara (GIII) reuniu um bom lote de éguas, as melhores do Rio de 4 anos e mais idade, e algumas boas potrancas de 3. Correspondeu, assim, à sua classificação. Corretamente, merecia ser do Grupo II.

Próximas atrações

Rio de Janeiro

Domingo, o Jockey Club Brasileiro terá seu momento mais importante, turfisticamente falando, com a realização do GP Cruzeiro do Sul (GI), terceira prova da Tríplice Coroa, para produtos de 3 anos, em 2.400 metros, grama. Como todos os turfistas sabem, é o correspondente carioca do famoso Derby de Epsom, corrido há séculos na Inglaterra.

O GP Associação dos Criadores e Proprietários dos Cavalos de Corrida do Rio de Janeiro (GIII), em 1.000 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade, tem a função de selecionar os melhores velocistas cariocas que irão a São Paulo disputar o Quilômetro Internacional. Deveria ser do Grupo II.

O Clássico Outono (L) – Taça Barão do Rio Branco, em 1.600 metros, grama, para produtos de 3 anos e mais idade, pode ser usado como mais um teste para a Milha Internacional paulista. 

Paraná

Sexta–feira, será disputado na areia do Hipódromo do Tarumã, Curitiba, o Derby Paranaense (GIII), terceira prova da Tríplice Coroa, em 2.000 metros, para produtos de 3 anos.

São Paulo

Sábado, será realizada a Prova Especial Francesco Battista Giobbi, em 1.200 metros, areia.



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